sábado, 30 de março de 2013


Estudo mede impacto do conhecimento do professor no desempenho do aluno

Medir o impacto do conhecimento do professor para o desempenho escolar do aluno pode soar, à primeira vista, uma tarefa difícil e sem sentido. Difícil porque os instrumentos para avaliar o quanto um docente conhece a disciplina que leciona são raros e, sem sentido porque, em tese, só ensina determinado assunto quem o conhece.
A pesquisadora Raquel Rangel Guimarães, que é estudante do doutorado em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), porém, percebeu que esse era um fator importante para avaliar o aprendizado dos estudantes brasileiros e encontrou uma maneira de demonstrar isso.
Durante mestrado realizado na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Raquel avaliou quais eram os fatores que, no Brasil, mais contribuíam para o bom desempenho escolar das crianças, medido por avaliações em grande escala. A qualificação do professor apareceu como determinante . O desafio seguinte foi verificar o tamanho desse impacto.
Raquel considerou, na pesquisa, as notas de estudantes da 4ª série do ensino fundamental e seus professores em provas de Matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Na amostra, foram avaliados os dados de seis Estados brasileiros - os que tinham pior desempenho e fizeram parte do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) entre 1999 e 2003. São eles: Rondônia, Pará, Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Os resultados mostram que cada 10 pontos a mais tirados por um professor no teste representam um aumento de, pelo menos, um ponto na nota dos alunos. Os estudantes foram avaliados em uma escala de 0 a 100. Docentes e alunos prestaram as mesmas provas.
"Temos um efeito razoável e estatisticamente significante, que aponta a necessidade de investimento em políticas para a melhoria do conhecimento do professor do conteúdo que ministra", ressalta Raquel. Segundo ela, o efeito é duas vezes maior do que o observado em escolas públicas da Carolina do Norte, mostrado em um estudo de Charles Clotfelter, Helen Ladd e Jacob Vigdor, usado pelos pesquisadores para fazer comparações com o Brasil.
Dados escassos
As análises estatísticas feitas por Raquel e um grupo de colegas estrangeiros – Asha Sitaram e Shimpei Taguchi, de Stanford; Lucia Jardon, da Universidade de Zurique, e Lenora Robinson, da Harlem Village Academies – serão tema de palestra em um congresso da Population Association of America, em New Orleans, nos Estados Unidos, no dia 11.
"Infelizmente, os professores só participaram da avaliação em 1999. Seria fantástico se tivessem aplicado ao longo do tempo. É super difícil definir a qualidade do professor, o quanto ele sabe. O mais próximo que temos para definir um professor de boa qualidade é o conhecimento que ele tem da disciplina e o quanto ele sabe transmitir, que ainda não consegui estudar", afirma Raquel.
Segundo ela, os estudos na área ainda são escassos e deveriam ser mais explorados, porque podem direcionar políticas públicas. "Existe um potencial muito grande para investimento na qualificação do professor. Muitas vezes, parece óbvio mas o que percebemos é que há professores que não conhecem a disciplina que lecionam. É preciso melhorar a capacitação do educador", diz.















































    domingo, 3 de março de 2013

    Jornal em sala de aula

    O poder de um jornal não está só na possibilidade de formar opinião, mas no poder transformador de mostrar aos alunos que há muito para ser lido e aprendido nas páginas de um diário de notícias.
    Tive a iniciativa de pedir alguns exemplares do Jornal O Tempo para trabalhar Gêneros textuais em sala de aula e o resultado  não poderia ter sido melhor, ainda estamos estudando o jornal, mas houve discussões profícuas em torno do jornal, olhar mais atento às manchetes, leitura reflexiva e crítica do editorial e observação dos cadernos Magazine e Carro &Cia, encartes do Jornal "O Tempo".
    Um jornal na mão e várias ideias na cabeça, na E.E.Dr.Simão Tamm Bias Fortes -aula de Português-01/03/2013
    Além de proporcionar uma aula interativa e criativa, os alunos ficam animados e mais interessados nas aulas de sexta feira.
    Uma foto dos meus alunos do EJA com o jornal na mão e várias ideias na cabeça!

    sábado, 2 de março de 2013

    SP convoca, pela quarta vez, docentes reprovados em processo seletivo

    Menos de um mês após o início do ano letivo, São Paulo já está chamando professores temporários reprovados em processo seletivo. É a quarta vez que são convocados, desde que a prova começou a ser aplicada, em 2009.
    Outro lado: Exame de professores temporários não é eliminatório, diz secretaria
    No Estado, há 39 mil reprovados nas escolas ou esperando convocação. Para o governo, os "reprovados" agora são chamados de "classificados".
    Os temporários substituem os profissionais afastados --em licença, por exemplo-- ou assumem aulas que ainda estão vagas ao longo do ano.
    Inicialmente, o governo dizia que o exame era eliminatório e só poderiam dar aulas aqueles que obtivessem índice igual ou superior a 40 pontos --metade das 80 questões.
    Agora, a Secretaria da Educação afirma que o teste, aplicado ao fim de cada ano, é apenas "classificatório" e a contratação está prevista em lei.
    O termo "reprovado", porém, é usado pelas diretorias de ensino nos comunicados sobre atribuição de aulas, aos quais a Folha teve acesso.
    Editoria de Arte/Folhapress

    Ao todo, 138,9 mil candidatos participaram do processo seletivo para professor temporário no final de 2012. Destes, 39,3 mil não acertaram nem a metade das questões --quase um em cada três.
    A secretaria não divulgou o número de reprovados que poderão atuar neste ano porque o processo de atribuição de aulas está em andamento. Na prática, todos estão aptos.
    FORMAÇÃO
    Para a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Márcia Malavasi, o aprendizado dos alunos pode ser prejudicado.
    "Um professor que tem deficit de 50% do conteúdo da prova é uma situação grave", diz. "A pergunta é: por que esses professores foram tão mal formados a ponto de errarem 50% das questões?"
    Segundo ela, é preciso avaliar se a prova é adequada ao conteúdo ministrado pelo professor e investir em políticas públicas para melhorar a formação dos docentes. "À medida que o
    Estado autoriza a existência de um professor desqualificado é como se ele dissesse que está tudo bem."
    Já para a presidente da Apeoesp (sindicato de professores), Maria Izabel Noronha, o Estado precisa repensar o processo de avaliação. "Quem faz a prova muitas vezes nem se prepara porque sabe que vai ficar só um ano", diz.
    "É uma prova que em nada acrescenta, porque não há excedente de professores, há falta. E se há falta, tem que qualificar. Se todo ano o Estado põe o que não é classificado, por que desclassificar?"
    O salário inicial dos docentes hoje é de R$ 2.088,27, para 40 horas semanais.
    O QUE VOCÊ QUER LER NA FOLHA SOBRE ESTE ASSUNTO