segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pronome usado ao se referir ao Papa

Com a vinda do Papa Francisco ao Brasil, aproveito para falar do pronome de tratamento que deve ser usado em relação à Vossa Santidade. Quando nos dirigimos diretamente ao Papa, como foi no discurso da presidenta do Brasil, Dilma Roussef, nos dirigimos usando o pronome Sua Santidade, já quando falamos do Papa usamos Vossa Santidade. Portanto, Sua Santidade com o Papa e Vossa Santidade sobre o Papa.
Abraços a todos.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Quando usar Seção, sessão, Cessão ?

As palavras são maravilhosas mas podem causar muita confusão. Uma das confusões mais comuns entre meus alunos é o uso das palavras seção, sessão, cessão. Elas são homônimas, ou seja, possuem a mesma pronúncia ao dizê-las, entretanto os significados são bem diferentes. Vamos a eles:
Seção: parte de alguma coisa, um departamento por exemplo. Seção de pessoal, seção administrativa. Sessão: período de tempo ao qual é destinado alguma coisa específica, como por exemplo: sessão extraordinária da Assembleia Legislativa. Sessão da tarde, com os filmes repetidos, sessão de cinema, sessão espírita.
Cessão: Já é o substantivo abstrato derivado do verbo ceder. A cessão, ou seja, a doação. Tem o sentido de doar algo, ceder alguma coisa. Por exemplo: A cessão dos bens ao orfanato ocorreu de maneira tranquila. A cessão do terreno para a construção do prédio foi desastrosa.
No mais é isso aí. Estou em férias e vou ler  O Nome da Rosa de Umberto Eco. Boas férias pra mim!!!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Espionagem no Brasil

Estou fazendo Biblioteconomia na Escola da Ciência da Informação e acho mais que oportuno postar essa matéria que saiu hoje na Folha sobre a Espionagem no Brasil. Espionagem, informação. Assuntos importantes no nosso dia a dia que devemos ter mais atenção.
Tá tudo dominado!!!! É essa a impressão que eu tenho.

11/07/2013 

Vai mandar pelo Gmail? Já vai cópia para EUA, diz ministro sobre espionagem



FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Ciente das fragilidades e vulnerabilidades dos sistemas e redes de computadores, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) afirmou nesta quinta-feira (11] que informações estratégicas para o governo brasileiro não são tratadas por email.
"Vai mandar um email secreto para um colega? Pode tirar o cavalinho da chuva. Vai mandar pelo Gmail? Já vai a copia para lá...", disse o ministro durante audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Ele foi convocado para comentar sobre as denúncias de interceptação de dados de brasileiros pelo governo dos EUA, por meio de redes sociais, e-mails e programas de busca como Google.
Pedro Ladeira/Folhapress
Em comissão, ministro Paulo Bernardo diz que informações estratégicas do governo brasileiro não são tratadas por e-mail
Em comissão, ministro Paulo Bernardo diz que informações estratégicas do governo brasileiro não são tratadas por e-mail
As revelações de espionagem no Brasil foram feitas pelo jornal "O Globo" com base em informações do ex-técnico da CIA Edward Snowden.
Questionado sobre o risco de informações de empresas como a Petrobras terem sido monitoradas, Bernardo disse que o governo tem "uma preocupação enorme de vazamento de informações estratégicas".
Ele disse ainda que assuntos relevantes não são mandados por email e ficam armazenados em computadores não conectados à internet. Na quarta (10), o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que não usa e-mail para coisas importantes.
"Hoje em dia, o meu computador, por exemplo, só aperta um botão, ele deve ligar já lá direto na Microsoft. É um fato real e eu sou o ministro da Defesa. Obviamente, que o que eu tenho de importante a dizer eu não faço por e-mail, uso outros meios, mas não sei se as outras pessoas são igualmente cuidadosas", disse Amorim.
EMPRESAS
Sobre a denúncia de espionagem dos norte-americanos, segundo Paulo Bernardo, o que mais preocupa o governo é a possibilidade de empresas brasileiras terem repassado informações sigilosas e a existência de uma base dos EUA de coletas de dados no Brasil.
"Acho difícil que as empresas brasileiras estejam envolvidas nisso porque teria vazado antes. Mas, se houve participação, o inquérito [da Polícia Federal] vai responder. Não temos nenhum fato além da noticia do jornal que mostram isso", disse o ministro.
No entanto, ele admitiu que teles nacionais com convênios com companhias estrangeiras expõe dados porque passam por portões internacionais, via cabos submarinos ou satélites. O custo relacionado ao trânsito internacional entre computadores para empresas brasileiras é de US$ 650 milhões por ano.
Paulo Bernardo ponderou, contudo, que as empresas brasileiras jamais vão admitir que colaboraram com o esquema de espionagem dos EUA. "Não vão dizer que cometeram crime", disse.
Para diminuir a vulnerabilidade do Brasil, está prevista a contratação de um satélite geoestacionário de defesa de comunicações estratégicas com lançamento marcado para 2015 e que será operado pelas Forças Armadas.
De acordo com ministro, o satélite evitará que o tráfego de comunicações governamentais saia da esfera do governo. O Brasil discute ainda a construção de cabos submarinos próprios para a África e Europa e de um anel ótico para a América do Sul.
No campo internacional o Brasil defende descentralizar das mãos dos EUA a governança da internet.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Que este post sirva de reflexão para quem busca tudo no Google

Ao ler este artigo gostaria muito de passá-lo para quem ainda não leu e se pudessem fazer uma reflexão sobre as coisas que buscamos no site de buscas do Google e muitas vezes copiamos e colamos sem ao menos citar as fontes.
Que os alunos, de um modo geral, possam refletir sobre esta prática que tem se tornado comum, infelizmente.

Os perigos do Google como único filtro da realidade

Silvio Mieli






Procurar qualquer coisa naquele retângulo mágico do buscador Google. Se não aparecer nada talvez “a informação que buscamos não exista”. Será?
 “No início do terceiro milênio, estamos diante de uma situação única na história, que faz com que uma corporação privada da América determine a maneira pela qual buscamos informações”. Assim começa a primeira parte da “Pesquisa sobre os perigos e oportunidades apresentados pelos programas de busca na internet (Google, em particular)”, desenvolvida ao longo do ano passado pelo Instituto de Sistemas da Informação e Computação da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria. O projeto foi coordenado pelo Prof. Hermann Maurer e financiado pelo Ministério austríaco dos Transportes, Inovação e Tecnologia – o estudo completo pode ser baixado aqui:http://www.iicm.tugraz.at/iicm_papers/dangers_google.pdf

A pesquisa questiona uma atitude natural dos usuários da intenet: procurar qualquer coisa naquele retângulo mágico do buscador Google. Se não aparecer nada talvez “a informação que buscamos efetivamente não exista”. Será?
 O objetivo do trabalho, cujos resultados foram pouco divulgados pela mídia corporativa, é demonstrar o comportamento monopolista da empresa Google, além de denunciar o que os pesquisadores chamaram de “Síndrome Google de Copiar e Colar”. Trata-se da emergência de uma geração de “pesquisadores” que limitam-se a fazer uma colcha de retalhos de informações pinçadas no Google, travestidas de trabalhos escolares ou acadêmicos, sem ao menos citar as fontes.

A apresentação da pesquisa austríaca vai direto ao ponto: “para qualquer um que encare a questão fica claro que o Google acumulou um poder que acabou se constituindo numa ameaça à sociedade”, já que transformou-se na principal interface entre a realidade e o pesquisador na internet. O Google tem o monopólio dos programas de busca e invade massivamente a privacidade das pessoas. Sem enfrentar limitações de qualquer natureza, o Google conhece particularidades dos indivíduos mais do que qualquer outra instituição, “transformando-o na maior agência de detetives do planeta”. A influência do Google na economia é direta, principalmente na maneira pela qual os anúncios são exibidos (quanto mais a empresa pagar, maior visibilidade o anúncio terá). Aliás, parte do seu faturamento, superior a 16 bilhões de dólares em 2007, deve-se à sua estratégia de publicidade online através dos links patrocinados.
 
Hierarquia

Desde o primeiro programa de buscas na internet, o Altavista, lançado em dezembro de 1995, vive-se a sensação do dado bruto transformar-se em conhecimento, em informação viva. Com o aparecimento do Google, fundado em 1998 pela dupla Larry Page e Sergey Brin, jovens doutorandos da Universidade Stanford, na Califórnia, passou-se para um outro patamar de programas de busca. Brin definiu que as informações na web deveriam ser organizadas numa hierarquia de popularidade. Ou seja, quanto mais um link leva a uma página específica mais a página merece ser ranqueada nos resultados do programa de busca. Outros fatores, como o tamanho da página, número de mudanças, atualizações constantes, títulos e links no texto foram incluídos na programação (algorítmo) do Google. Lentamente o programa implantou um processso de hierarquização das informações que passou a ser aceito sem contestações. Em março de 2007 o Google atingia 53,7% do mercado dos buscadores da rede (segundo dados da Nielsen/ NetRatings).

Considerando-se que muitas das informações que circulam na internet partem de indicações do Google ou da Wikipédia (a grande enciclopédia de conteúdo “aberto” da internet), Stephan Weber, co-autor do projeto da Universidade de Tecnologia de Graz, denuncia uma espécie de “Googlarização da realidade”, já que existem fortes indícios que o Google e a Wikipédia operam a partir de uma espécie de parceria. Os pesquisadores escolheram ao acaso 100 verbetes em alemão e outros 100 em inglês do índice de A a Z da Wikipédia e colocaram estas palavras-chave em quatro grandes programas de busca (Google, Yahoo, Altavista e Live Search). O Google registrou 91% dos resultados das entradas da Wikipedia (em alemão). Para os sites em inglês os resultados atingiram 76% de registros no Google. “Parece evidente que o Google está privilegiando os sites da Wikipedia em seu ranque”, concluiu a pesquisa, seguida pelo Yahoo (56% em alemão e 72% em inglês).
 
Plágio

A segunda seção da pesquisa dedica-se à emergência de uma nova técnica cultural e suas implicações sócio-culturais: o plágio (a tal síndrome do “Copiar e Colar”) e suas relações com os conceitos contemporâneos de propriedade intelectual. O estudo cita o caso de um ex-aluno de psicologia da Universidade Alpen-Adria de Klagenfurt, na Áustria, que elaborou a sua tese de doutorado com mais de cem fragmentos copiados da internet. As primeiras páginas da tese eram uma colagem de vinte sites, muitos dos quais sem o menor rigor científico. Diante do plágio, a universidade passou a aplicar um software alemão de detecção de cópias chamado Docol©c (http://www.docoloc.de/ ), cujos resultados ainda estão sendo testados.
 A proposta prática da pesquisa é a de reduzir a influência do Google a partir do desenvolvimento de outros programas de busca especializados na Europa, desvinculando a hierarquia comercial do livre fluxo de dados públicos que circulam pela internet.

Assim como o estadunidense Gerg Venter, dono da empresa Celera, pretende mapear o código genético de tudo o que é vivo para patentear e vender, o Google parece querer codificar todas as informações circulantes no planeta, segundo critérios que nem sempre privilegiam o interesse público. Mais do que enfatizar o Google como “a empresa do séc.XXI”, a Universidade de Granz presta um grande serviço ao conscientizar os internautas dos limites e perigos dessa estratégia e, ao mesmo tempo, conclama os pesquisadores a uma ação imediata que impeça a “googlalização da realidade”.

- Silvio Mieli é jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC - SP).