quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O curta "xadrez das cores" de 21 minutos aborda a questão do racismo, da relação patroa-empregada e usa como metáfora o jogo de xadrez para compreender que tanto as pedras brancas quanto as pretas são iguais e têm o mesmo valor. O filme é uma dica para alguma atividade relacionada à semana da Consciência Negra. Pode-se trabalhar a figura de linguagem, metáfora, as relações humanas e o preconceito.

O Xadrez das Cores (completo)

https://www.youtube.com/watch?v=NavkKM7w-cc

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Estou assimilando a mudança e ainda não tenho uma opinião formada sobre o assunto. O que lastimo é perdermos as aulas de Filosofia, Sociologia, História e Artes, tão essenciais na formação do desenvolvimento humano. Se o aluno escolher de acordo com o seu gosto, com as suas habilidades talvez ele consiga vislumbrar uma trajetória de sentido na vida acadêmica e ser muito bom no que irá estudar. Mas o problema que vejo é que, principalmente, a Filosofia que deveria estar presente desde os mais tenros anos da juventude porque é esta disciplina que faz o homem pensar, refletir, questionar sobre o mundo, as coisas do mundo, os homens, as coisas e o mundo...que pena. Que possamos lutar para que estas disciplinas persistam nos currículos.

Governo anuncia novo Ensino Médio

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Como é bom pegar um livro e ler!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Termino a leitura do livro: Letramento Literário teoria e prática de Rildo Cosson. Editora Contexto. Indico a todos os professores de português que se preocupam genuinamente com o ensinamento da Literatura e a formação de comunidade leitoras.  Transcrevo epígrafe do capítulo A literatura e o mundo com a qual identifiquei-me muito:

A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade.
Antônio Cândido. O direito à literatura (1995)

domingo, 21 de agosto de 2016

Hoje dei uma passada rápida nos jornais online, todos falavam do final das Olimpíadas e da possibilidade do Brasil ainda ganhar medalhas de ouro. Nenhum falava do impeachment de Dilma, ou seja, uma alienação total de todas as partes do país. Ainda havia uma matéria que falava do choro forçado que os repórteres de tv aberta estavam provocando em jogadores...para sensibilizar o público. Vamos ver o que a mídia vai fazer para sensibilizar o "público"(povo, povão) para o problema da destituição de um presidente que foi eleito pelo voto popular. Estou aqui, mas estou lá. bjs e bom domingo!

sábado, 20 de agosto de 2016

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2016/08/1804215-data-venia-ministra-carmen-lucia-o-cargo-e-de-presidente-ou-presidenta.shtml

Presidente ou Presidenta?

E o professor Pasquale deu seu parecer quanto ao uso de Presidente ou President(A). Achei o texto tão esquisito por ele não referendar de onde tirou isso que fiquei a ver navios...ele escreve que a palavra foi um neologismo no século XIX. Ok. E daí tira todas as alternativas possíveis de referendar o uso da palavra como por exemplo ao falar se existe ou não no dicionário de língua portuguesa. Nos meus anos de magistério sempre usei este argumento porque ao meu ver, se existe no dicionário existe no uso e foi pelo fato de tanto usar que apareceu no dicionário. Não sou partidária, mas nunca gostei da palavra "presidentA" e aí é gosto pessoal. Concordo que há toda uma situação política ao usar presidentA pelo fato de termos uma presidente mulher. Portanto, creio que deva ficar ao critério do falante, querer usar presidente ou presidentA. Eu prefiro presidentE, independente de termos homem ou mulher no comando, o que vai sinalizar a situação é o artigo definido O ou A. A presidente, ou O presidente.

sábado, 6 de agosto de 2016

Das fogueiras do autoritarismo
às marcas do descaso

Carla Gomes Pedrosa*
"Quem não carrega dentro de si as sementes do demoníaco nunca fará nascer um novo mundo". O mesmo leitor voraz, Adolf Hitler, que teria sublinhado essa frase em um exemplar do livroMagie: geschichte, theorie, práxis, de Ernst Schertel, iniciou, durante o nazismo, intensa perseguição à cultura, que resultou na queima de centenas de milhares de livros. Pouco mais de um século antes desse lamentável episódio da história da humanidade, o poeta alemão Heinrich Heine já prenunciava que "aqueles que queimam livros, acabam cedo ou tarde por queimar homens".
Fato é que, desde a antiguidade, a destruição dos livros, em suas diversas formas – tabletas, papiros, pergaminhos –, sempre esteve presente, e, de maneira geral, relaciona-se ao autoritarismo, à negligência e à tentativa de aniquilar o conhecimento.
Ao estudar a censura no período dos "anos de chumbo" no Brasil, a autora Sandra Reimão, no livro Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar, constatou que, de uma lista de quase 500 livros submetidos à Divisão de Censuras de Diversões Públicas (DCDP), cerca de 140 eram de autores nacionais, dos quais 70 foram proibidos. Entre eles, romances e contos de Rubem Fonseca e de Inácio de Loyola Brandão. Já a ditadura Vargas incinerou, em praça pública, mais de 1,6 mil exemplares de Dona Flor e seus dois maridos, de Jorge Amado.
A "queima" de livros se perpetua por meio de diversas formas de censura e guerras. Em 2014, quando tomaram a cidade iraquiana de Mossul, os militantes do Estado Islâmico, entre outras perdas irreparáveis para a humanidade, queimaram a biblioteca da Universidade. No ano seguinte, explodiram a Biblioteca Central de Mossul, construída em 1921, com seus milhares de manuscritos e instrumentos utilizados por cientistas árabes. E, até hoje, nos assombram ameaças, feitas por diversos grupos, de destruir as bibliotecas do Vaticano e do Congresso dos Estados Unidos.
O aniquilamento de livros é também abordado na literatura, como uma tentativa de espelhar o que vivenciamos ou de prever as drásticas consequências, caso as diversas formas de destruição continuem. EmFahrenheit 451, Ray Bradbury revela um futuro assustador, no qual livros são proibidos na tentativa de suprimir o pensamento crítico. No romance, os bombeiros são, paradoxalmente, "queimadores de livros", e 451 Fahrenheit é o grau da temperatura utilizada para se queimar as obras e as ideias dissidentes nelas contidas. O resultado disso é um mundo repleto de pessoas apáticas, sem opiniões e sem autonomia.
No romance O nome da rosa, Umberto Eco destaca, como ponto central da história, a tentativa da Igreja Católica, durante o período da inquisição, de 'apagar' o segundo livro da Poética, de Aristóteles, dedicado ao estudo da comédia. Essa obra se referia à sátira e ao riso como maneiras de purificar as paixões e os vícios. Esse pensamento chocava-se com a ideologia do catolicismo que relacionava o riso ao diabo. Temendo que a Igreja perdesse o "posto" de único remédio contra as fraquezas mundanas, e que o frei Guilherme de Baskerville se apoderasse do livro proibido, um dos monges teria envenenado suas páginas, causando inúmeras mortes no mosteiro. Desvendar a causa das mortes é o que sustenta a trama do romance, mas a proibição do livro de Aristóteles como mote da narrativa diz muito mais nas entrelinhas.
Na obra História universal da destruição dos livros, o escritor venezuelano Fernando Báez revela a suspeita de que o segundo volume da Poética, de Aristóteles, teria sido, diferentemente do que narra Umberto Eco, destruído pelo desleixo. Isso porque centenas de obras do filósofo grego teriam desaparecido após a morte repentina de Alexandre, o Grande, que zelava pela Biblioteca onde os exemplares se encontravam.
De fato, a falta de cuidado é outra maneira de destruir os livros, ou ainda mais grave, os conhecimentos neles presentes. Diferentemente das guerras e censuras, muito mais difíceis de serem combatidas, a falta de cuidado pode ser evitada por meio da conscientização da importância de se preservar o conhecimento. É justamente isso que o Sistema de Bibliotecas da UFMG busca promover por meio da campanha Preservar não custa nada. O objetivo é mostrar aos usuários das bibliotecas da Universidade que, ao danificar o livro (físico), danifica-se o conhecimento (imaterial). Além disso, pretende-se mostrar que, se a falta de preservação custa muito caro para o Sistema de Bibliotecas – milhares de reais são gastos no reparo de obras –, preservar o livro, por sua vez, não custa nada.
A preservação ainda traz benefícios, como a possibilidade de aquisição de novos livros com o dinheiro economizado em recuperação. Preservar significa tomar pequenos cuidados, como evitar comer próximo aos materiais bibliográficos, não fazer grifos e/ou anotações nas páginas, utilizar marcadores de páginas apropriados, entre outras medidas divulgadas pela campanha. Tudo em nome da preservação do que de mais raro e precioso se encontram nas páginas dos livros: as histórias, as estórias e o conhecimento.
"Para sobreviver é preciso contar histórias", já dizia Umberto Eco. Não contá-las, ou impedir que sejam contadas e perpetuadas, seria o aniquilamento, a destruição e a morte.

*Jornalista e coordenadora da Divisão de Comunicação do Sistema de Bibliotecas da UFMG
Link para acesso à página: https://www.ufmg.br/boletim/bol1950/2.shtml

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A importância do Almanaque Biotônico Fontoura

Transcrevo abaixo o depoimento do colunista Edival Lourenço que escreve para o site BULA e que conta sua experiência como leitor. Seu texto é sobre a sua lista particular dos 26 livros que mudaram a vida dele. Vale a pena conferir porque ele escolheu o  Almanaque Biotônico Fontoura:

Almanaque Biotônico Fontoura

Pode parecer brincadeira, mas não é. Porque nem se trata de um livro. A gente morava num rancho de folhas de palmeiras, afastado de vizinhos. Naquele tempo e lugar o normal era que ninguém soubesse ler e escrever, a não ser os patrões. Minha mãe não lia, meu pai apenas soletrava, mas tinha dificuldades em reunir as sílabas em palavras, numa espécie de gagueira pré-leitura. Às margens de um rio, meu destino, como o das demais crianças, parecia já bem definido: ser analfabeto e trabalhador rural sem terra, como meus pais. Um belo dia um divulgador do Biotônico passou por lá. Fez degustação com uma colherzinha de chá da tintura para cada um de nós. Achei gostoso. Nem parecia remédio. Meu pai não tinha dinheiro para comprar. Mas enquanto esperava o almoço, o divulgador foi lendo o Almanaque. Fiquei encantado: como podia alguém correr os olhos sobre aquelas fileiras de formiguinhas mortas em cima do papel e ir falando coisas que eu achava tão bonitas?! Para minha alegria, ao ir embora, deixou um exemplar comigo. Como prestara atenção na leitura, eu repetia em voz alta as historinhas. Sempre que havia oportunidade de encontrar alguém eu sacava logo do Almanaque e “lia” para os interlocutores. Todo mundo fingia achar que eu sabia ler. Nunca me chamaram para ler algum bilhete ou carta de parentes. A partir de então, como efeito colateral daquela experiência, adquiri e reforcei a convicção de que eu iria estudar ainda, aprender a ler de verdade e escrever histórias como aquelas. Ninguém acreditava nisso, além de mim. Não existiam escolas num raio de 40 km e nem recursos havia para que eu fosse pra perto de uma delas. Meu pai não iria deixar seu meio de vida no sertão. Mas a roda da vida foi girando, orientada por esse propósito, de tal sorte que em 1963, aos 11 anos, com a venda de minha parte numa colheita de feijão, comprei meu primeiro enxoval de estudante e entrei pro curso primário, com o firme propósito de me tornar escritor. Mesmo não sendo um livro, o Almanaque do Biotônico Fontoura foi o texto mais importante de minha vida.

Para quem se interessar por toda a matéria segue link:
http://www.revistabula.com/4408-26-livros-que-mudaram-minha-vida-e-podem-mudar-a-sua/