sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Saiu na folha de hoje - 27/09/2013

27/09/2013 - 10h00

Analfabetismo deixa de cair pela 1ª vez em 15 anos e vai a 8,7%

 
MARIANA SALLOWICZ
PEDRO SOARES
DO RIO

Pela primeira vez em 15 anos, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade aumentou no país, interrompendo uma tendência de queda contínua que se acelerou principalmente desde o fim dos anos 90.
O percentual foi de 8,6% para 8,7% entre 2011 e 2012, atingindo um contingente de 13,2 milhões de analfabetos no país.
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Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As maiores taxas de analfabetismo estão nos grupos com idade mais avançada. Entre os brasileiros com 60 anos ou mais, o percentual chegou a 24,4%. Já na outra ponta, a menor taxa foi entre jovens de 15 a 19 anos (1,2%).
Por região, o Nordeste lidera historicamente esse indicador e concentrava em 2012 mais da metade do total de analfabetos de 15 anos ou mais de idade. A taxa chega a 17,4%, ante os 4,4% do Sul e os 4,8% do Sudeste, que têm os menores percentuais.
Na avaliação de Eliane Andrade, professora do departamento de educação da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e da UniRio, a redução da taxa pode perder ritmo, uma vez que os analfabetos que restam no país são cada vez de mais difícil inclusão, citando idosos e moradores de áreas rurais.
"A tendência é que se chegue em uma taxa em que é difícil conseguir grandes variações", afirma. A especialista também afirma que o aumento de 2011 para 2012 não foi expressivo e pode estar dentro de uma margem de erro da pesquisa.
ANOS DE ESTUDO
A pesquisa mostra também que outros indicadores de educação melhoraram.
A média de anos de estudo entre a população com 10 anos ou mais subiu de 7,3 para 7,5 de 2011 para 2012. As mulheres dedicam mais anos ao aprendizado na escola: são 7,7 anos ante 7,3 anos dos homens.
Além disso, a presença de crianças de 4 ou 5 anos nas escolas aumentou de 77,4% para 78,2% no período. Nas faixas de 6 a 14 anos e de 7 a 14 anos ficou estável em 98,2% e 98,5%, respectivamente, mas já num nível elevado. Em outras faixas houve alta, exceto no de 25 anos ou mais, em que ocorreu uma queda de 4,5% para 4,1%.