Ontem foi uma segunda feira tenebrosa porque entreguei as redações corrigidas para os meus alunos do 1 ano da EJA, são alunos entre 199 e 50 anos, estudantes do noturno e desde o início do ano letivo ressabiados com as aulas de português e com um estorvo chamado r e d a ç ã o. Nossa escola estadual tem por critério (louvável) dar um redação avaliativa no bimestre...sim...isso mesmo...no bimestre e antes o professor (que sou eu) trabalha possíveis temas com os alunos, pede redações para eles elaborarem e na medida do possível vai corrigindo individualmente as mesmas, chamando cada aluno em particular para fazer as observações e adequações necessárias, sem avaliá-los. Isso eu fiz com os que solicitaram esse atendimento individual, porque ele não é obrigatório. Pois bem, corrigi as redações, em cada uma delas escrevi um comentário e ontem foi o dia em que fui crucificada...porque a maioria não tirou a média de 60% em 8,0 pontos. Havia erros estruturais no gênero solicitado: argumentativo-dissertativo, as ideias eram repetitivas, os erros ortográficos enormes, sem falar nos erros de concordância nominal ou verbal. O tema da redação foi o desarmamento, para os estudantes se posicionarem a respeito do tema. A maioria não se posicionou, ficou em cima do muro, não tinha argumentos, copiou uma parte dos textos motivadores, não fizeram parágrafos, saltaram linhas, muitas letras foram ilegíveis. Ao entregar as redações, muitos não concordaram com a nota, falaram que eu intimido os alunos, que os deixo pra baixo e que não sei me expressar...ou seja, o problema é meu. E aí eu fico perplexa com a capacidade deles em distorcer os fatos, falaram que os professores paralisaram, que houve greve...sendo que dou aula para eles na sexta feira, último horário e em três aulas tive dois alunos apenas, o restante "matou" aula.
Não seja professor, se for faça por amor.