domingo, 29 de junho de 2014

Incrível a dificuldade dos alunos em associar uma matéria estudada ao modo como escrevem. Há um mês (antes da copa) estou trabalhando homônimos (mal/mau- por que/porque/por quê/porquê e sessão, cessão, seção) na hora em que vão colocar em seus textos pessoais cometem os mesmos erros, ou seja, não conseguem transportar o aprendizado isolado da aula para o seu cotidiano. Às vezes fico muito desanimada com isso, porque demonstra falha na aprendizagem. Eu errei em algum momento, porque o aluno não associa e não acerta as palavras estudadas na hora em que vai escrever seu texto. O jeito é treinar novamente, ir para aulas pontuais e rever frases e textos escritos com os erros.
Preciso de paciência.
Acho que já devo pensar na aposentadoria.
(Confissões de uma professora desiludida)
Terminei o capítulo 11 do livro "Viva o Povo Brasileiro" de João Ubaldo Ribeiro, romance editado pela Editora Nova Fronteira e que peguei emprestado na Biblioteca Escolar Aprendendo a Viver, inaugurada em Dezembro/1993. Todos estes dados é para digerir um pouco do capítulo que se mostrou para mim revelador, porque é um capítulo trágico e cômico ao mesmo tempo, trágico porque relata a morte de Carlota Borroméia com uma espada logo após escrever um poema, ridículo, e aí reside a comicidade do texto para mostrar tão pesada cena. No capítulo, Amleto, pai de Carlota faz uma retrospectiva da vida e acha que foi um bom homem, "honesto" no negócios a seu modo e de um certo modo até generoso com aqueles que precisassem dele. Entretanto, sua filha, acaba tendo uma morte trágica, quando corta a cabeça com uma espada. Mas antes de Borroméia morrer escreve este poema que agora transcrevo no Blog:

Pois então, pois então, pois então!
Pois estão!
Pois então, pois então? Pois estão?
Pois então, que me perdoem, que me desculpem.
Pois então!
Eu descobri que, visto daqui, o jardim,
O jardim e o madrigal, lá-si-ré-do!
Não se interessam pela existência!
Pois então! Poisentão, poisentão, poisentão,
A quem me ler. Assinado, CBNFD.

(Página 367)

Relendo agora este poema, paro de rir e vejo o quanto ele é triste.
A morte não escolhe poetas.
A morte não escolhe
A morte não
A morte
A.
Fico por aqui, "pois então", abraço a todos.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Seis meses se passaram e encontro-me aqui, novamente, (no tédio) férias com Copa. Ainda não sei se é bom ou ruim, mas aproveito o tempo para ler e li dois livros. O primeiro intitulado "Solidão" de um jornalista chamado José Mayrink que escreveu uma série de reportagens no Estadão em 1982 no final daquele ano sobre a solidão em São Paulo, passados trinta anos, ele constata que pouca coisa mudou, apesar do avanço tecnológico. O livro requer coragem para ler, porque ele pode te deixar deprimido, portanto, sugiro que você esteja com o estado de espírito tranquilo para lê-lo.
O segundo livro que terminei é Alice no País das Maravilhas, um livro que instiga porque ele é doido demais, e você fica meio com raiva da Alice e apaixonada pelo Chapeleiro ou pela Lagarta Azul ou ainda, pela Falsa Tartaruga. É um livro de difícil digestão, porque ele é doido demais!!!! Mas é um livro alegre. Comprei por 43,00 na (única) livraria Saraiva em BH. Com ilustrações doidas demais de uma artista que eu acho que deve ser doida demais....hahahahahahha
Perdi meu gato Juju em janeiro deste ano e perdi a vontade de escrever aqui. Passou um mês e adotei mais dois gatinhos o Miguel que é amarelo e o Lulu que é branquinho. A vontade de adotar um preto é enorme, mas vou me controlar!
Por causa da Copa, o 2º Bimestre foi interrompido e ainda falta corrigir provas e redações. O tema da redação dado na escola foi sobre a "Automedicação", tema interessante, mas pouco aprofundado nas redações que li e ainda ocorreu um problema gravíssimo: alunos que estavam com celular com internet e "jogaram" no google a palavra e copiaram descaradamente vários textos sobre o assunto. Ao mesmo tempo que fiquei com raiva, fiquei com pena da ingenuidade dos alunos ao fazerem isso. Não sei se eles sabem, mas o professor de português que lê as produções de alunos, conhece cada um pelo texto, é como se a escrita fosse uma espécie de impressão digital. Bobinhos. Sabem de nada, inocentes.
Fico com a dica aqui, já que este blog é de dicas de português: Não tente enganar seu professor de português ao copiar um texto do google na sua redação porque o professor conhece sua impressão textual e é só ele jogar no google alguma expressão que ele sinta que não é sua para ela aparecer toda elegante em algum texto do google. Fique esperto (a)!