Terminei o capítulo 11 do livro "Viva o Povo Brasileiro" de João Ubaldo Ribeiro, romance editado pela Editora Nova Fronteira e que peguei emprestado na Biblioteca Escolar Aprendendo a Viver, inaugurada em Dezembro/1993. Todos estes dados é para digerir um pouco do capítulo que se mostrou para mim revelador, porque é um capítulo trágico e cômico ao mesmo tempo, trágico porque relata a morte de Carlota Borroméia com uma espada logo após escrever um poema, ridículo, e aí reside a comicidade do texto para mostrar tão pesada cena. No capítulo, Amleto, pai de Carlota faz uma retrospectiva da vida e acha que foi um bom homem, "honesto" no negócios a seu modo e de um certo modo até generoso com aqueles que precisassem dele. Entretanto, sua filha, acaba tendo uma morte trágica, quando corta a cabeça com uma espada. Mas antes de Borroméia morrer escreve este poema que agora transcrevo no Blog:
Pois então, pois então, pois então!
Pois estão!
Pois então, pois então? Pois estão?
Pois então, que me perdoem, que me desculpem.
Pois então!
Eu descobri que, visto daqui, o jardim,
O jardim e o madrigal, lá-si-ré-do!
Não se interessam pela existência!
Pois então! Poisentão, poisentão, poisentão,
A quem me ler. Assinado, CBNFD.
(Página 367)
Relendo agora este poema, paro de rir e vejo o quanto ele é triste.
A morte não escolhe poetas.
A morte não escolhe
A morte não
A morte
A.
Fico por aqui, "pois então", abraço a todos.