quinta-feira, 11 de junho de 2015

Saindo dos clichês e chavões!

Acabei de ler e achei tão interessante que resolvi postar aqui. Ontem ao dar aula sobre redação falei exatamente do uso "abominável" de chavões e clichês. Segue texto ilustrando e bem escrito sobre o assunto. Fique atento ao escrever, evite as frases feitas, saia do senso comum e entre no mundo fantástico da criatividade!

No mundo em que vivemos a falta de gentileza entre as pessoas está cada vez maior. Nos dias de hoje, as pessoas estão cada vez menos humanas e mais solitárias e a falta de amor entre os seres humanos é enorme. As pessoas precisam se conscientizar de que vivemos em sociedade, precisamos uns dos outros, senão ficaremos isolados no universo. É preciso pensar positivo e acreditar que um dia nos tornaremos pessoas melhores, afinal de contas, a esperança é sempre a última que morre."

Qual é o problema do parágrafo acima? Aposto que você deve estar procurando algum erro gramatical, acertei? Esqueça, não é aí que reside o problema. Apesar de bem escrito, o parágrafo está recheado de elementos que devem ser abolidos de qualquer redação: clichês, chavões, frases prontas e verdades universais. Por que sentenças que contenham esses elementos devem ser evitadas? Porque representam o senso comum, aquela preguicinha de pensar de maneira autêntica e original, sempre apelando para “muletas linguísticas” que denunciam comodismo e falta de repertório cultural de quem opta por escrever muito e não dizer nada.
Que tal fugir do senso comum que empobrece ideias e esvazia o texto? Para ajudá-lo(a) a ficar bem longe desse tipo de construção que é praticamente um vício de linguagem, o sítio de Português traz algumas dicas de redação para que o seu texto fique, além de gramaticalmente correto, coerente e interessante. Vamos lá?
 
Dicas de redação: Como evitar o uso de clichês
 
Para evitá-los, é importante entender como se manifestam no texto:
 
1. Senso comum: O senso comum é o saber imediato, o nível mais elementar do conhecimento, baseado em observações ingênuas da realidade. Nesse tipo de pensamento existe pouca – ou nenhuma – reflexão. São ideias pré-fabricadas que circulam entre as pessoas como se fossem verdades incontestáveis. Os estereótipos são exemplos de senso comum em redações: paulistas são trabalhadores, baianos são preguiçosos (!!!); mulheres são emotivas, homens são racionais; todos os políticos são corruptos; árabes são terroristas; europeus são frios; brasileiros gostam de carnaval e futebol; alemães são racistas, entre outras ideias que, além de denotarem enorme preconceito, evidenciam também uma gigantesca preguiça de pensar;
 
2. Frases prontas: Se a esperança é a última que morre, a originalidade sempre é a primeira a pedir as “contas na vida” quando esse tipo de frase salta de um texto. “No mundo em que vivemos”, “nos dias de hoje”, “hoje em dia”, “era uma vez”, “no mundo globalizado”, “fechar com chave de ouro”, “por último, mas não menos importante”, entre outras sentenças, estão entre as frases mais encontradas nas redações de concursos e vestibulares, momento em que o candidato deveria expor argumentos e opiniões, e não repetir ideias feito papagaio. Fique longe desse tipo de construção, elas são batidas e geralmente não acrescentam absolutamente nada para o seu texto.
 
3. Expressões: Nem sempre as expressões são escritas da mesma maneira, mas as ideias nelas contidas são sempre as mesmas: “as pessoas estão cada vez menos humanas”, “a falta de amor entre os seres humanos é enorme”, “as pessoas precisam se conscientizar”, “é preciso pensar positivo”, “o meio ambiente precisa ser preservado” e outras tantas que não fazem seu texto ser melhor, apenas repetitivo e enfadonho.
É preciso ser original, lembrando que originalidade não tem nada a ver com invencionices e ideias mirabolantes. Nada de pirotecnias linguísticas, você só precisa pensar para além dos muros do senso comum, refletir e problematizar sobre o tema proposto na redação, assim será capaz de apresentar novos pontos de vista sobre um determinado assunto. Um bom texto é aquele que discute o tema sob novas perspectivas. Para uma escrita criativa, nada melhor do que ler bastante e perseguir (não apenas buscar) o conhecimento (e não apenas informação), pois só assim seu repertório cultural será ampliado.
Para evitar o uso de clichês, expressões, frases prontas e assim fugir do senso comum, é preciso desligar o piloto automático. Isso significa que, antes de começar a escrever como quem é teleguiado por vozes misteriosas, pare e pense, seja implacável com as frases prontas, pois elas poluem a redação e não contribuem para o desenvolvimento das ideias. Claro que ficamos tentados a usar um chavão aqui, outro acolá, afinal de contas, escrever assim é muito mais fácil, mas se você quer ser original, fique bem longe deles. Bons estudos!