terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Texto de Guiomar de Grammont

Transcrevo na íntegra texto que li no livro "A formação do Leitor" que é uma coletânea com vários autores ligados à área e organizado por Jason Prado e Paulo Condini, editora Argus - Rio de Janeiro - 1999.
Vamos a ele:

A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a sai e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante nos grilhões que o encerram. Sem leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas pra que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.

É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente.  Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubesse o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista da sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há correntes, prisões tampouco. O que pode ser mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Final de contas, a leitura é um poder e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove  a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.


Belo texto heim? Se for usá-lo lembre-se de colocar a fonte.
Um abraço.

domingo, 29 de novembro de 2015


Que possamos aprender com nosso poeta baiano, Gilberto Gil, as metáforas, as sinestesias...

GILBERTO GIL - NÃO TENHO MEDO DA MORTE (2012)


Ler é o grande lance!

Quanto mais você for um leitor (ativo) mais você escreverá melhor e maior. Ler não é uma atitude passiva, pelo contrário, exige um esforço enorme, porque faz com que você vá ao dicionário pesquisar as palavras que não conhece e se você for mais curioso faz com você pesquise o assunto, alguma expressão, algum nome que ainda não ouviu falar, portanto, quando nos propomos a ler, devemos ter estas atividades (atitudes) em mente: ir ao dicionário, pesquisar nomes, expressões e conhecer.

domingo, 25 de outubro de 2015

ENEM 2ª parte

Para professora, tema de redação do Enem tem a ver com a Lei do Feminicídio

Legislação que entrou em vigor em março serviu de mote para a produção dos textos dos alunos

Postado em em 25/10/2015 16:08 / atualizado em 25/10/2015 17:08            
O tema escolhido na redação 2015 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que aborda “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira", era um dos cotados para ser escolhido nesta edição do concurso que serve de base para ingresso no ensino público particular. Ao contrário do assunto tratado no passado – a “publicidade infantil em questão no Brasil” – considerado surpresa, a argumentação a respeito da violência histórica sofrida por mulheres no país foi considerada mais tranquila por especialista, além de muito atual.
Saiba mais
Professora de redação do Chromos Pré-vestibular Poliana Wink explica que a aprovação da Lei do Feminicídio (Nº 13.104/2015) pode ter sido ponto motivador para a escolha do tema pelo Ministério da Educação (MEC). O texto, publicado em março deste ano, altera o artigo 121 do Código Penal e torna o feminicídio um crime hediondo. “Com a aprovação da nova lei, em março, seria possível esperar algum tema relacionado. Por isso, já havíamos trabalhado o assunto com alunos em sala de aula no decorrer do ano”, afirmou a professora.

O feminicídio é caracterizado quando a mulher é assassinada justamente pelo fato de ser mulher. Podem ser os crimes cometidos com requintes de crueldade, como mutilação dos seios ou outras partes do corpo que tenham intima relação com o gênero feminino; assassinatos cometidos pelos parceiros, dentro de casa ou aqueles com razão discriminatória.
A regra prevê o aumento da pena em um terço se o assassinato acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou adulto acima de 60 anos ou, ainda, pessoa com deficiência. A pena é agravada também quando o crime for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima. O Brasil é o 16º país da América Latina a aprovar uma lei que tipifica o feminicídio, como já fizeram Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, e outros.

Na prova de redação são avaliados aspectos relacionados às competências que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade. Os participantes devem defender uma tese – uma opinião – a respeito do tema proposto, apoiada em argumentos consistentes, estruturados de forma coerente e coesa, de modo a formar uma unidade textual.
Acesso: 25 out 2015

ENEM 2015 1ª parte

http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2015/10/25/internas_educacao,701278/veja-o-gabarito-extraoficial-do-segundo-dia-de-provas-do-enem.shtml

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dia do Professor

Hoje é o dia do Professor! Convenhamos que não há muito o que comemorar numa Pátria que se diz "Educadora". Não há nada de saudável por aqui. Cada dia mais decepcionante... Poucos investimentos na educação, na mão de obra da educação...Um país onde não se respeita o voto, não há muito o que esperar! Por isso quero mudar de profissão.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Letramento Informacional

Reserve uma hora e dez minutos para assistir a esta palestra da Professora Kelley Cristine Gasque, da Universidade de Brasília que tem, inclusive, um livro (e-book) disponível sobre o assunto Letramento Informacional. É só acessar e baixar o livro, como ela diz, o importante é "espalhar a informação".
Outra coisa que mais me simpatizou com ela: a professora é mineira! Tudo de bom!!! hehehehehehe

sábado, 3 de outubro de 2015

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A Valorização simbólica da leitura por Dolores Prades

Texto da revista Emília
A Valorização simbólica da leitura.

Você lê?


http://www.revistaemilia.com.br/mostra.php?id=466

domingo, 6 de setembro de 2015

Terra Firme

Assisti, hoje, ao filme Terra Firme. Fiquei impactada, por mais que as críticas falem mal do Fillipo e do tema... Um filme para refletir sobre o que está acontecendo agora com os refugiados, imigrantes, ilegais, "africanos", estrangeiros e outros adjetivos que sinalizem a triste realidade destes seres humanos.

Gullar

Ferreira Gullar
Leio na folha online de hoje que Ferreira Gullar diz que não vai escrever poemas mais, porque sua produção literária estava ligada à sua capacidade de se espantar. Ou seja, o poeta não se espanta mais e entendo o seu "não-espanto" diante de um mundo que tem a cada dia se superado nas bizarrices, na falta de solidariedade, nas crises e seus inúmeros adjetivos.
Com mais de 85 anos admiro sua coragem em não se espantar mais com a maldade humana e com a cobiça. Mas o problema para o poeta é que ele alimenta a alma de versos e se Gullar não fizer a ingestão diária de alguns versos, seus dias ficarão mais curtos e ele secará.
Não quero que ele se espante com as maldades do homem, mas gostaria que ele escrevesse mais para nos aliviar, para nos dar o remédio para a alma que anda carente de poesia, de encantamento e justiça.
Link da folha com sua entrevista:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/09/1677926-acho-que-nao-escreverei-mais-poesia-conta-ferreira-gullar.shtml acesso: 05 set.2015.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Mea-culpa

Vou tentar escrever para a dor de cabeça diminuir e relatar situações cotidianas na escola da rede pública onde leciono. Quem sabe assim a dor esvai e posso dormir com calma e sem pesadelos.
Estou, profundamente, desanimada com a falta de interesse dos alunos pela leitura, pela vontade de ler, pela falta de comprometimento e pelo descaso e incompetência da escola para ser mais atuante quanto à falta de comprometimento por parte desse alunado.
Alunos colocando apelidos nos professores, machistas em seus comentários, desiludidos. Creio que a única e melhor opção de lazer que eles têm é a escola. Lá eles encontram com os "chegados" e pegam um rango legal na hora do recreio. Não vão a um cinema, a um centro cultural e nem têm vontade...
Hoje passei um texto de leitura que disponibilizarei aqui, futuramente, sobre a importância da leitura mais elaborada e nada...não se sensibilizaram, foi uma péssima aula, os minutos custaram a passar e chego a conclusão de que sala de aula para mim não dá mais. Estou, profundamente, triste e desanimada com isso. Queria tanto que eles se interessassem pelos assuntos, mas não sei como fazer isso. Incompetência minha. Falta de tato. Falta de sensibilidade e carisma da minha parte para sensibilizá-los. Está na hora de partir...

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Volta às aulas por Luís Giffoni

Ao fazer uma atividade com revistas na sala de aula do 3º ano sobre texto literário e não-literário, me deparo com este texto muito interessante de LUÍS GIFFONI, gostei muito e resolvi postá-lo aqui com os devidos créditos ao escritor Giffoni que ainda não conheço, pessoalmente, mas pretendo, quiçá, um dia. Segue o texto intitulado: Volta às aulas
Mais um ano se passou e continuo sem entender por que o professor de história exigiu que eu decorasse o nome dos doze Césares. Fui cobrado, como se o desconhecimento dos imperadores romanos me incapacitasse para a vida. Por que tive de aprender que albicastrense é o cidadão natural de Castelo Branco, cidade com 50 000 habitantes, na Beira Baixa, em Portugal? Num fim de semana fui ao fundo do poço para fazer uma redação sobre "O fundo da garrafa". Nunca usei um número com mais de quatro casas decimais, porém o valor de 3,1415926535 caiu numa prova. Pode? Sim, podia.
Hoje, não pode mais. Ainda bem. A escola atual baniu a cultura inútil. No entanto, também relegou a segundo plano assuntos importantes, como a compreensão e o uso da língua. Não sabemos ler nem escrever, mesmo depois de graduados no ensino superior. Pode? Sim, pode: 38% dos formandos nas faculdades são analfabetos funcionais. O quê? Temos doutores analfabetos? Sim, temos. Muitos. No Enem, num universo de 6 milhões de examinados, mais de 500 000 tiraram zero na redação. Pode? Sim, pode. Acaba de acontecer. Na outra ponta, a da competência, apenas outros 500 000 obtiveram aproveitamento acima de 70%. Triste coincidência esse número. Significa que 92% dos candidatos ainda namoram a mediocridade. Posto de outra forma, menos da metade dos alunos das escolas públicas municipais e estaduais acertou 50% das questões. Em dez anos, a média nacional melhorou 10%. Nesse ritmo, levaremos décadas para democratizar o conhecimento. As consequências são previsíveis.
Diante da situação, alguém logo sugerirá, de novo, que nosso ensino se reduza ao mais básico dos básicos. Bê-á-bá. A lógica parece perfeita: melhor saber pouco e bem do que nada de muito. Questiono a solução. Ela ficou para trás, atropelada pela realidade. Num mundo cada vez mais complexo, mais algorítmico, todos precisamos ir além das quatro operações, inclusive quem dita as normas. As aulas devem proporcionar uma ampla visão de mundo, uma noção geral do que nos torna humanos. Não é bicho de sete cabeças. Dezenas de escolas atingem essa meta. Qual o seu segredo?
Vou chover no molhado: aprender exige esforço, estudo exige tempo de todos os envolvidos. Insisto nessa chuva: ler e entender um texto, assim como escrever e se fazer entendido, sempre será mais importante do que repetir o nome dos Césares. Além disso, uma excelente base em matemática ajuda a vida em todos os sentidos, óbvia constatação que ainda ignoramos. Também ignoramos que os professores carecem de incentivo e treinamento constante. Em muitos países, os mestres são valorizados como responsáveis pelo futuro. E no Brasil?
Retorno ao número. Ele sintetiza nosso impasse. Milhares de estudantes do ensino médio não sabem o que significa. Constato esse fato nas escolas onde faço palestras. Com a ajuda de computadores, foi calculado com até oito quatrilhões de casas decimais, sem dúvida uma prova de avanço tecnológico misturado a exagero de diletantismo, mas seu valor aproximado de 3,1416 precisa estar na cabeça de qualquer graduado. Além de útil para a vida, integra a cultura há milênios, desde antes dos egípcios. Permitir que alunos cheguem ao Enem sem conhecimento, como hoje ocorre, torna o aprendizado uma piada. De mau gosto. Nosso ensino precisa voltar às aulas. Passa da hora.
 
Giffoni, concordo com tudo que você disse e creio que decorar os afluentes do Amazonas ou os doze Césares não levarão à nada. Nossos alunos precisam de ler e entender e terem mais acesso à informação de qualidade. Parabéns pela qualidade do texto (que não é literário, mas bem que podia ser...rsrsrs)

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Direito autoral, propriedade intelectual e plágio

Para quem se interessa pelo assunto:

Direito autoral, propriedade intelectual e plágio

direitoautoral


A Universidade Federal da Bahia – UFBA disponibliza a publicação Direito autoral, propriedade intelectual e plágio.
O acesso é gratuito e poder ser feito pelo link: https://goo.gl/KzOlh6
Os assuntos tratados no livro são:
  • Direito autoral, propriedade intelectual e plágio;
  • Dramaturgia e autoria em obras cênicas;
  • Cultura digital;
  • Importância do registro em matéria autoral;
  • Considerações sobre plágio em educação a distância;
  • Direito autoral;
  • Acesso aberto;
  • Propriedade intelectual,
  • Ética em pesquisa.
Fonte: UFBA

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Como é duro trabalhar

Segundo dia útil da semana e surge um torcicolo acompanhado de uma dor de cabeça logo no primeiro horário da aula. Ninguém merece. Estou com a dor de cabeça aqui, até agora. Decidi que desabafar sobre as agruras da vida docente em facebook é dar tiro no pé, porque somos muito mal interpretados, mas em um blog não vejo tanto problema.
Quando saio esgotada de uma sala de aula, com a energia exaurida penso em Deus e na longa trajetória a cumprir. A cada dia é mais difícil "seduzir", "encantar" palavras empregadas largamente no meio docente. Neste exato momento quem precisa de ser encantada e seduzida sou eu para suportar os percalços da vida. Encarar uma sala de aula é dar a cara a tapa, se expor, estar vulnerável, diante de alunos machistas, descompromissados, desinteressados, desmotivados que nos assediam moralmente o tempo todo. Muito triste a realidade nas salas de aula. Competir com os smartphones, com os apelidos maldosos, o deboche. Solidarizo-me com os colegas de profissão que estão nessa missão.

COMO É DURO TRABALHAR TOQUINHO & VINICIUS


sábado, 22 de agosto de 2015


Mais um poema que pode ser utilizado em prova e que JÁ caiu no ENEM, bom para ser trabalho com turmas do 3º ano:

Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida
principia a vossa porta:
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
MEIRELLES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 (fragmento).

Pra nós das Gerais

Para nós das Gerais, texto gostoso para trabalhar em sala de aula ou numa prova. As variedades linguísticas. O adequado ou inadequado. O gostoso do vocabulário. As variantes linguísticas.
Você escolhe o que fazer com esse texto. Eu escolhi uma questão para prova do ensino médio, 3º ano.
Lembrando que esse fragmento caiu no ENEM de 2004. Para com os alunos do 3º ano sempre é bom lembrar!

Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa”(sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostra-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela mas reclama sempre que o prato está rachado.
ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento).

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

80ª postagem

Para completar 80 postagens nesse blog malfadado, continuo com o meu desabafo.
Estou odiando lecionar português, não pela disciplina, mas pela falta de interesse dos alunos.
Tenho a impressão de que estou jogando pérolas aos porcos.
Pronto, falei!
O Museu da Língua Portuguesa é algo impressionante na sua concepção, interação e tecnologia a que tudo isso se alia às palavras em forma de poesia e prosa. Quem for a São Paulo, por favor, não deixe de visitar o Museu da Língua Portuguesa, aos sábados a entrada é gratuita e para quem não for aos sábados, o valor do ingresso é de 6,00 a inteira. Vale muito a pena ir.
http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Desabafo

Há dias em que é tão difícil lecionar. Ontem foi um dia assim. Uma noite por sinal, leciono à noite. O dia foi difícil e a noite muito demorada, as aulas de 50 minutos pareciam aulas de 150 minutos, mesmo tentando ser simpática, meus ouvidos doíam com o barulho das carteiras e disse aos alunos que se há barulho no inferno, não tenho dúvidas de que é de carteiras se arrastando. Insuportável.
Deus, já estou pagando meu quinhão nesta vida. Dai-me, por favor, outro destino, porque esse de lecionar para quem não está interessado não tá com nada.
Ontem uma aluna que só fica com celular na mão, deu uma gargalhada dentro de sala, já tive vários problemas de disciplina com ela. Aliás, não sei o que ela faz na escola, já que não leva caderno, não leva lápis, mas leva o celular. Insuportável.
Difícil, muito difícil e ainda tem gente que acha que o trabalho é fácil, porque "acham" que a gente "só trabalha quatro horas por dia". Quem me dera, quem me dera.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Resultado do ENEM-2014

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-08-05/resultado-do-enem-2014-por-escola-e-divulgado-pelo-inep.html


Resultado por escola dados do INEP:

http://portal.inep.gov.br/web/enem/enem-por-escola

Primeiro dia de aula

Ontem comecei o semestre letivo nos segundos anos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o poema escolhido foi Momento de Mário de Andrade, escrito em abril de 1937. Trabalhei o texto escrito em forma de verso, expliquei a diferença entre o texto em forma de verso e o texto em forma de prosa, citei o exemplo do ENEM em que não é permitido textos em forma de verso e apenas em forma de prosa (parágrafos) e de quebra trabalhei algumas figuras de linguagem abordadas no 1º semestre, aproveitei a beleza do poema para falar das mudanças da vida, das escolhas, dos momentos que todos nós vivemos e da importância em reconhecer os tempos verbais usados pelo autor. Ainda falei da terminologia usada em muitos instituições de ensino do famoso "eu-lírico" e pedi para que os alunos comentassem sobre o que sentia o "eu-lírico" do poema. Ainda pedi para que não confundissem autor com narrador e com eu-lírico. Coisas distintas e que devem ser compreendidas pelo aluno para que ele não confunda. Abaixo o belíssimo poema de Mário Quintana:

Momento

O vento corta os seres pelo meio.
Só um desejo de nitidez ampara o mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania
Esparrama os trombones das nuvens no azul.

Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus, faz chuva.
Faz frio. E faz angústia... É este vento violento
Que arrebenta dos grotões da terra humana
Exigindo céu, paz e alguma primavera.

Em tempo: Preservei a ortografia do poema como em "arranha-céus", já que no dicionário consta arranha-céus. devido à mudança ortográfica. Fiquemos atentos! Abraços.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A improvável jornada de Harold Fry

Caros amigos, vou cometer uma atrocidade aqui.
Vou indicar um livro que não li.
Acontece que as recomendações sobre ele são tão boas que resolvi cometer este ato insano.
Pois bem: é o livro: A improvável jornada de Harold Fry, da Rachel Joyce."
Segue resenha da Editora Objetiva, o preço é bem em conta: 29,90 - um livro de 248 páginas, publicado em 2012. Boa leitura e boa aventura!



Tradução: Johann Heyss
Ficção
ISBN: 9788581051659
Lançamento: 01/07/2013
Formato: 16 x 23
248 páginas
Preço no Submarino hoje (24/7/15): R$ 19,90

“Um belo e comovente livro sobre esperança e transformação.” – Oprah Magazine

“Desde o instante em que conheci Harold Fry, não quis mais deixá-lo. Impossível parar de ler.” – The Times

“Não é só um livro sobre amores perdidos. Também trata de todas as maravilhosas coisas cotidianas que Harold descobre com o simples ato de andar para frente. Joyce nos mostra como um homem comum pode se perder, e como seu reencontro pode ser uma alegria.” – New York Times


Vencedor do britânico National Book Award na categoria de melhor livro de estreia e finalista do prestigiado Man Booker Prize, A improvável jornada de Harold Fry, de Rachel Joyce, tem como temas centrais os sentimentos de amor, amizade e arrependimento.  A autora conta a história do aposentado Harold Fry que numa manhã de sol sai de casa para colocar uma carta no correio, sem imaginar que estava começando uma jornada não planejada até o outro lado da Inglaterra. 

Ao receber uma carta de Queenie Hennessy, uma velha conhecida com quem não tem contato há décadas, ele descobre que ela está em uma casa de saúde, sucumbindo ao câncer. Então, Harold Fry
escreve uma resposta rápida e, deixando sua mulher com seus afazeres, vai até a caixa postal mais próxima. Ali, tem um encontro casual que o convence de que ele deve entregar sua mensagem para Queenie pessoalmente. E assim começa a peregrinação improvável de Harold Fry.
Determinado a andar 600 milhas de Kingsbridge à Berwick-upon-Tweed, porque, acredita, enquanto caminhar, Queenie Hennessy estará viva, ao longo do caminho, ele encontra personagens fascinantes, que o trazem de volta memórias adormecidas: sua primeira dança com Maureen, o dia do seu casamento, a alegria da paternidade. Todos os resquícios do passado vêm correndo de volta para ele, permitindo-lhe conciliar as perdas e os arrependimentos.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Modernismo, Mário de Andrade, vida, viveres...

Deixemos um pouco as funções de linguagem de lado e comecemos a conhecer um pouco mais sobre o movimento chamado Modernismo que teve seu início "oficializado" na Semana de Arte Moderna em um término de verão, em fevereiro, de 1922. Sim, faz muito tempo que é Moderno.
Segue link com algumas curiosidades.
Mas o interessante é observar como este movimento rendeu para nossa cultura. Os nomes que participaram são maravilhosos...dentre eles: Mário de Andrade. A cada dia que passa mais fico seduzida por este homem que teve recentemente mais um capítulo em sua história ao abrirem o arquivo da Fundação Casa Rui Barbosa e revelarem o conteúdo de uma parte de carta escrita por Mário a Manuel Bandeira, aqui vai o link sobre a carta do Mário pro Manuel:
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/06/mario-de-andrade-cita-tao-falada-homossexualidade-em-carta-proibida.html
Agora vai o link sobre curiosidades do movimento: http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/curiosidades-historicas/2015/02/11/veja-4-curiosidades-sobre-a-semana-de-arte-moderna-de-1922/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante

Espero que gostem!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

As funções de linguagem (Parte 1)

São seis as maravilhosas funções de linguagem estudadas no processo de comunicação entre dois ou mais interlocutores.
A função referencial é a que concentra no referente, ou seja, no assunto. Exemplo:  Em um texto jornalístico você (receptor) ficará atento ao conteúdo que lê.
A função metalinguística é a que prevalece o código explicando o próprio código. Vou dar o exemplo do dicionário, quando você não sabe por exemplo o significado de interregno (adoro esta palavra), você vai procurar em um dicionário de português o significado dela e as explicações virão para você em português, porque se elas viessem em chinês você não entenderia e o processo de comunicação não se estabeleceria.
A função emotiva ( eu dei um apelido para essa função...é a função egoísta do processo de comunicação...é aquela em que o interlocutor fala o tempo inteiro dele...portanto o uso da primeira pessoa do discurso (EU) se faz essencial...e você fica horas ouvindo um eu, eu, eu...geralmente algumas músicas usam essa função para mostrar um eu (poético) que vive em baixo astral e geralmente leva muitos foras das namoradas. (Qualquer semelhança não é mera coincidência...)
Lembro muito da música Lígia eternizada pelo João Gilberto...se você não conhece vale a pena procurar no youtube e ouvi-la é uma ode à função emotiva!
 
A função conativa é a típica das propagandas, concentra-se no receptor (que é o consumidor potencial) e destila todos os argumentos para VOCÊ comprar o produto dele, porque é melhor e ele ( o emissor) te explica com argumentos bem convincentes de que o produto dele é melhor. As propagandas são o exemplo mais contundente.
Em tempo: Lembro-me da famigerada propaganda da Coca Cola em que o slogan é "Abra a felicidade". Já abri várias garrafas e nunca, NUNCA, encontrei a tal da felicidade....apenas gases depois de bebê-la. Aff....
 
A função poética é a que pode ser confundida com a emotiva...primeiro, porque geralmente vem em forma de versos, assim como a emotiva...mas o que difere uma da outra é a preocupação do emissor em criar esteticamente versos belos e encantar seu receptor pela palavra. Todos os textos (em prosa ou em versos) podem ter a função poética, desde que o autor tenha o dom de saber usar as palavras.
E por último, mas não menos importante é a função fática que tem como maior objetivo manter o canal aberto entro emissor e receptor, ou seja, muitas vezes o conteúdo do assunto fica a desejar, porque o importante é manter o canal de comunicação aberto...penso naqueles casais de namorados que ficam horas ao telefone sem dizer nada, só no oi, tudo bem, bem...e você, também estou bem...pois é...o tempo esquentou de repente, né? E aí, você está bem mesmo?... Sim, estou...eu gosto do tempo quente e você? (ou seja, aquela conversa que não te leva a lugar nenhum, mas o que importa é que os dois (emissor e receptor) estejam conversando.
 
Depois volto nessas funções. Porque estou digitando depois da meia noite e o sono chegou.
Carpe diem!

sábado, 4 de julho de 2015

Mais da FLIP

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1651751-o-que-menos-vejo-na-flip-e-literatura-diz-inacio-araujo-na-casa-folha.shtml
A FLIP de Belo Horizonte aconteceu no final de junho e foi pacata. Mas a iniciativa está valendo e tomara que nas próximas ela emplaque.
Já a FLIP em Parati, RJ, está consolidada com grande nomes e preços absurdos e abusivos de hotéis, comidas e bebidas. Enfim, consequência de um projeto que deu certo. Vivemos em um país capitalista, tudo rende. Não fui, mas ainda pretendo ir. Quem sabe ano que vem? Enquanto não vou, vou postando aqui as palestras, as provocações, as reflexões do Festival e torcendo para que o mundo melhore um pouco com livros e palavras.

http://g1.globo.com/pop-arte/flip/2015/noticia/2015/07/flip-reinaldo-moraes-psicografa-machado-e-poe-sexo-em-bras-cubas.html

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Onde está o erro?

Com toda a polêmica sobre a rola e outros afins...onde está o erro de português nesse meme?

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Saindo dos clichês e chavões!

Acabei de ler e achei tão interessante que resolvi postar aqui. Ontem ao dar aula sobre redação falei exatamente do uso "abominável" de chavões e clichês. Segue texto ilustrando e bem escrito sobre o assunto. Fique atento ao escrever, evite as frases feitas, saia do senso comum e entre no mundo fantástico da criatividade!

No mundo em que vivemos a falta de gentileza entre as pessoas está cada vez maior. Nos dias de hoje, as pessoas estão cada vez menos humanas e mais solitárias e a falta de amor entre os seres humanos é enorme. As pessoas precisam se conscientizar de que vivemos em sociedade, precisamos uns dos outros, senão ficaremos isolados no universo. É preciso pensar positivo e acreditar que um dia nos tornaremos pessoas melhores, afinal de contas, a esperança é sempre a última que morre."

Qual é o problema do parágrafo acima? Aposto que você deve estar procurando algum erro gramatical, acertei? Esqueça, não é aí que reside o problema. Apesar de bem escrito, o parágrafo está recheado de elementos que devem ser abolidos de qualquer redação: clichês, chavões, frases prontas e verdades universais. Por que sentenças que contenham esses elementos devem ser evitadas? Porque representam o senso comum, aquela preguicinha de pensar de maneira autêntica e original, sempre apelando para “muletas linguísticas” que denunciam comodismo e falta de repertório cultural de quem opta por escrever muito e não dizer nada.
Que tal fugir do senso comum que empobrece ideias e esvazia o texto? Para ajudá-lo(a) a ficar bem longe desse tipo de construção que é praticamente um vício de linguagem, o sítio de Português traz algumas dicas de redação para que o seu texto fique, além de gramaticalmente correto, coerente e interessante. Vamos lá?
 
Dicas de redação: Como evitar o uso de clichês
 
Para evitá-los, é importante entender como se manifestam no texto:
 
1. Senso comum: O senso comum é o saber imediato, o nível mais elementar do conhecimento, baseado em observações ingênuas da realidade. Nesse tipo de pensamento existe pouca – ou nenhuma – reflexão. São ideias pré-fabricadas que circulam entre as pessoas como se fossem verdades incontestáveis. Os estereótipos são exemplos de senso comum em redações: paulistas são trabalhadores, baianos são preguiçosos (!!!); mulheres são emotivas, homens são racionais; todos os políticos são corruptos; árabes são terroristas; europeus são frios; brasileiros gostam de carnaval e futebol; alemães são racistas, entre outras ideias que, além de denotarem enorme preconceito, evidenciam também uma gigantesca preguiça de pensar;
 
2. Frases prontas: Se a esperança é a última que morre, a originalidade sempre é a primeira a pedir as “contas na vida” quando esse tipo de frase salta de um texto. “No mundo em que vivemos”, “nos dias de hoje”, “hoje em dia”, “era uma vez”, “no mundo globalizado”, “fechar com chave de ouro”, “por último, mas não menos importante”, entre outras sentenças, estão entre as frases mais encontradas nas redações de concursos e vestibulares, momento em que o candidato deveria expor argumentos e opiniões, e não repetir ideias feito papagaio. Fique longe desse tipo de construção, elas são batidas e geralmente não acrescentam absolutamente nada para o seu texto.
 
3. Expressões: Nem sempre as expressões são escritas da mesma maneira, mas as ideias nelas contidas são sempre as mesmas: “as pessoas estão cada vez menos humanas”, “a falta de amor entre os seres humanos é enorme”, “as pessoas precisam se conscientizar”, “é preciso pensar positivo”, “o meio ambiente precisa ser preservado” e outras tantas que não fazem seu texto ser melhor, apenas repetitivo e enfadonho.
É preciso ser original, lembrando que originalidade não tem nada a ver com invencionices e ideias mirabolantes. Nada de pirotecnias linguísticas, você só precisa pensar para além dos muros do senso comum, refletir e problematizar sobre o tema proposto na redação, assim será capaz de apresentar novos pontos de vista sobre um determinado assunto. Um bom texto é aquele que discute o tema sob novas perspectivas. Para uma escrita criativa, nada melhor do que ler bastante e perseguir (não apenas buscar) o conhecimento (e não apenas informação), pois só assim seu repertório cultural será ampliado.
Para evitar o uso de clichês, expressões, frases prontas e assim fugir do senso comum, é preciso desligar o piloto automático. Isso significa que, antes de começar a escrever como quem é teleguiado por vozes misteriosas, pare e pense, seja implacável com as frases prontas, pois elas poluem a redação e não contribuem para o desenvolvimento das ideias. Claro que ficamos tentados a usar um chavão aqui, outro acolá, afinal de contas, escrever assim é muito mais fácil, mas se você quer ser original, fique bem longe deles. Bons estudos!